CONTRA A VIOLÊNCIA E A INTOLERÂNCIA POLÍTICA

11 de outubro de 2018

Não me amarra dinheiro não

Mas elegância

Não me amarra dinheiro não

Mas a cultura

Dinheiro não

A pele escura

Dinheiro não

 

A carne dura

Dinheiro não

Moço lindo do Badauê

Beleza pura

Do Ilê Aiyê

Beleza pura

Dinheiro yeah

Beleza pura

Dinheiro não

LOGO APUFPR_CoresDurante décadas, o Sindicato Nacional (ANDES) e nossa seção sindical (APUFPR) defendeu as liberdades políticas, individuais e democráticas, e neste ano de 2018 não será diferente.

A construção da democracia em nosso país, ainda que limitada, é o produto de anos de lutas que custaram vidas e um intenso trabalho de mobilização pelo mínimo que a humanidade pode exigir de si mesma: o respeito às diferenças e à diversidade de opiniões. O respeito e a possibilidade de escolher governos não é o resultado da seleção natural da humanidade, na verdade, é fruto de luta política realizada há mais de dois mil anos.

Vamos lembrar que, cerca de 500 anos atrás, a humanidade queimava mulheres que buscassem estudar ou ter opiniões, e os que as defendiam eram considerados “loucos e radicais”.  Mesmo assim, muitas ainda são mortas nos dias de hoje. Vamos lembrar também, que muitos opositores de governos foram crucificados, torturados, enforcados, degolados etc. Mesmo assim, ainda hoje, em nossa aparente democracia, muitos ainda sofrem essas mesmas barbaridades, em muitos casos, por meio da violência do próprio Estado.

Neste ano, a disputa eleitoral em nível nacional tem despertado uma onda crescente de violência e aumentado a tensão no debate político e econômico. Os antes tímidos e envergonhados, que não tinham coragem de colocar-se publicamente em um debate político, têm obtido nas redes sociais um espaço para divulgar suas opiniões. No entanto, em alguns casos, têm usado essas mesmas mídias sociais para fomentar a perseguição política e ideológica. E a fraqueza do debate é expressa no seu oposto, na brutalidade da força física. Se antes sozinhos não tinham coragem de explicitar sua opinião em um almoço, agora em grupo, atiram garrafas e propagam a violência e a intolerância política.

Além do estudante agredido neste dia 9 de outubro, há outros inúmeros casos relatados em várias unidades da UFPR. Não vamos esquecer da onda de violência política no país e do assassinato do Mestre Moa do Katendê na Bahia (“Moço lindo do Badauê”), o mesmo dos versos de Beleza Pura, de Caetano Veloso. Assim como estes, novos casos aparecem diariamente, como ameaças à docentes, como na UFPel, prisão de estudante na Bahia, agressões em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

A favor da Beleza Pura da humanidade, de sua capacidade de diálogo, somos contra a intolerância política, enfrentaremos o autoritarismo e o fascismo, porque acreditamos que só o debate livre nos leva além de nossas verdades. A Verdade que paira acima das contradições nunca enxerga seus limites e sua finitude.  Assim, seguiremos em frente, realizando o debate de forma isonômica sem deixarmos de nos posicionar politicamente, levando a contradição para a Sociedade e a Universidade, além de trazê-la para o Sindicato.

Por isso, defendemos nossa verdade, sempre carregada de contradições internas, para que ela deixe de ser limitada e vá além dela mesma e de nós mesmos. Assim defendemos a autonomia Universitária para que a liberdade possa existir independente de governos e setores políticos.

Clamamos pela unidade na defesa das

                        LIBERDADES DEMOCRÁTICAS

                        CONTRA A VIOLÊNCIA E A INTOLERÂNCIA POLÍTICA!

Fonte: APUFPR


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS