Comunidade acadêmica da Uerj protesta em frente à casa de governador do Rio

Protesto também ocorreu em frente ao apartamento do ex-governador preso, Sérgio Cabral. Nessa quarta, a comunidade se reúne em frente ao Palácio do governo
Os docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) protestaram na noite de terça-feira (4), em frente ao prédio onde mora o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e, depois, seguiram para o apartamento do ex-governador Sérgio Cabral, que atualmente está preso. Ambas as residências são localizadas no Leblon, na zona sul da cidade. O ato foi convocado pelos servidores técnico-administrativos e referendado na assembleia docente dos docentes no dia 30 de março, na qual foi deliberada também a paralisação das atividades por 48 horas na terça e quarta-feira para a realização de uma intensa agenda de mobilização.
A comunidade acadêmica da Uerj protesta pela falta de repasse de recursos do governo para custeio das funções básicas da instituição, pelo atraso no pagamento do 13° salário referente a 2016 e os salários de fevereiro e março deste ano dos servidores, das empresas terceirizadas e das bolsas estudantis.
Inicialmente, as aulas deveriam ter começado no dia 17 de janeiro, mas foram adiadas sucessivamente pela reitoria, que afirma – junto com o Fórum de Diretores da Uerj -, que pontos considerados essenciais para um retorno das atividades não foram resolvidos, como a apresentação de um calendário de repasses de verbas para a manutenção em geral, com previsão de repasse de cota financeira mensal; um plano de regularização dos pagamentos às empresas terceirizadas (manutenção, infraestrutura, limpeza, segurança, lixo e restaurante universitário); e um calendário de pagamento dos salários atrasados, incluindo o décimo terceiro e de bolsas estudantis e demais modalidades.
Recentemente, a ameaça feita pelo governador Pezão, em cortar 30% dos salários dos professores e técnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), caso as atividades acadêmicas na universidade não se iniciassem, teve uma reviravolta. A Justiça do Rio de Janeiro proibiu o governo fluminense de fazer qualquer corte nos salários dos servidores, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento. O mandado de segurança foi pedido pela própria Uerj a qual alegou que, embora seus funcionários estejam com os salários atrasados, eles não estão em greve ou se recusando a trabalhar. De acordo com a universidade, a maioria dos cursos não está tendo aulas por causa do contingenciamento orçamentário feito pelo governo estadual.
Aulas Públicas
Como parte da agenda de mobilizações desta semana, nessa quarta-feira (5), às 10h, teve início a primeira aula pública – de uma série quatro, intitulada: “Se o Pezão não deixa a Uerj ter aula, aula na porta do Pezão” -, realizada em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. Nessa primeira atividade, o tema é “Crise no Estado do Rio de Janeiro: Educação, Saúde e Segurança Pública”.
Para falar sobre a temática da crise na Educação, especificamente na Uerj, foi convidado o professor Bruno Deusdará, do Instituto de Letras; já os professores Eduardo Torres, da Faculdade de Ciências Médicas, e Ana Carolina Feldenheimer, da Faculdade de Nutrição, expõem sobre a Saúde no estado; e sobre a crise na Segurança Pública, a aula será ministrada pela professora Lia Rocha, da Faculdade de Ciências Sociais.
As próximas aulas estão marcadas para os dias 11, 20 e 28 de abril.
Homenagem
Nessa segunda-feira (3), a Asduerj SSind esteve entre as homenageadas na entrega da 29ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2017, premiação organizada pelo grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, e promovida em parceria com uma série de entidades e movimentos sociais, entre as quais o ANDES-SN.
A homenagem, realizada na sede da OAB-RJ, foi uma demonstração de solidariedade e apoio do grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) “às guerreiras e guerreiros que seguem nessa difícil e necessária luta pela educação pública, gratuita e de qualidade em nosso estado”, declarou o porta-voz do GTNM. Segundo ele, a Asduerj SSind. foi escolhida para receber a medalha, “como símbolo de todos os estudantes, de todos os professores, ocupas, lutadores e lutadoras sociais da educação”. O ex-presidente da Adcefet-rj Seção Sindical, Washington da Costa, também foi homenageado, in memoriam, por sua luta no movimento operário.
Também estão entre os que receberam a Medalha Chico Mendes de Resistência, as famílias das vítimas das chacinas ocorridas na favela de Nova Brasília nos anos de 1994 e 1995, a recém-falecida juíza federal Salete Maccalóz, o fotógrafo Evandro Teixeira, o Cacique Tupinambá Babau, entre outros.
Com informações da Asduerj-SSind. e O Globo

Fonte: ANDES-SN

 


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