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No dia 26 de fevereiro, centenas de manifestantes foram às ruas em protesto contra o aumento da tarifa de transporte público em Curitiba. O ato, construído por entidades sindicais, movimentos sociais e estudantes, denunciou os repasses milionários e injustificados às empresas de ônibus que operam na capital e na região metropolitana.
Os participantes se concentraram na Praça Rui Barbosa e caminharam até o Terminal do Guadalupe, bloqueando várias ruas no centro da cidade.
A mobilização foi motivada pelo anúncio do prefeito, Rafael Greca, de que o valor da passagem passaria de R$ 4,25 para R$ 4,50, enquanto a tarifa técnica – que efetivamente chega aos empresários do setor – saltaria de R$ 4,79 para R$ 5,20.
O sistema de transporte coletivo de Curitiba é marcado por um rastro de fraudes e ilegalidades que já perdura por mais de uma década. Não há nenhum tipo de auditoria ou aferição das quantias gastas pelas empresas para manutenção dos serviços prestados.
Em um dos capítulos mais recentes dessa história, Greca fez um acordo em troca de renovação da frota de ônibus na cidade que custou as fiscalizações de índices de qualidade no transporte coletivo.
Não há transparência, e a população ainda paga por isso duas vezes – no aumento da passagem e nos subsídios que bancam a tarifa técnica, que saem diretamente dos cofres públicos estaduais e municipais para os bolsos dos empresários do transporte.
O docente aposentado da UFPR Lafaiete Neves, que também é membro da Plenária Popular do Transporte, enfatizou que o ato vai além de uma oposição ao aumento pontual da passagem. A mobilização é pelo direito de acesso à cidade e pela lisura na administração das contas públicas. “Queremos o congelamento da tarifa e que o Conselho Municipal de Transportes, que está há dois anos sem se reunir, seja reativado”, salientou.
Aumento foi adiado na tarde seguinte ao ato
Em 27 de fevereiro – um dia depois do ato contra o reajuste e véspera da data marcada para o início da vigência do aumento – a 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba determinou o adiamento da implantação da nova tarifa para o dia 25 de março. A decisão foi fruto de um requerimento da vereadora Professora Josete (PT) e do deputado estadual Goura (PDT).
O adiamento é uma conquista pontual. As entidades sindicais, movimentos sociais e sociedade civil seguem mobilizados para barrar esse novo capítulo da saga que prioriza a lucratividade e a corrupção envolvendo o sistema de transporte.
Fonte: APUFPR-SSind
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