Carta de apoio à professora Monica Ribeiro da Silva, vítima de perseguição política na internet

Observatório do Ensino Médio UFPR
Observatório do Ensino Médio UFPR

A APUFPR-SSind manifesta seu veemente repúdio às difamações lançadas em redes sociais contra a docente Monica Ribeiro da Silva, do Departamento e Planejamento de Administração Escolar da UFPR, caluniada por defender a autonomia das instituições de ensino superior públicas.

A ofensa partiu de um agrupamento político de viés reacionário conhecido por divulgar notícias falsas – as chamadas fake news – inconformado com a formulação do curso de extensão sobre o golpe de 2016, que será ministrado nos moldes da disciplina do professor Luís Felipe Miguel da Universidade de Brasília (UnB).

Monica havia se manifestado anteriormente em seu perfil pessoal, encorajando a comunidade acadêmica a resistir às investidas, como a do ministro da Educação, que ameaçam a democracia, a autonomia e a liberdade de cátedra e de pensamento nas universidades públicas.

Com base nessas publicações, ela foi acusada de ser “doutrinadora da UFPR” e de ser filiada a um partido político.

Apesar de esses ataques terem sido prontamente desmentidos, a tentativa de estimular o ódio contra a docente e seus reflexos não serão desfeitos com o simples apagar do post (providência tomada pela própria plataforma ao receber dezenas de denúncias contra a publicação).

A perseguição política e ideológica é incompatível com um espaço democrático, como o ambiente acadêmico. Essa prática deve ser duramente combatida, independentemente de que categorias fazem parte os difamadores.

Defendemos o direito de qualquer docente de se filiar a organizações políticas, não importa de qual viés ideológico, desde que dentro da constitucionalidade e da observância das leis. Esse é o direito de qualquer cidadão.

E temos o dever de preservar sobretudo a autonomia universitária e a liberdade didático-científica, que fazem das universidades públicas instrumentos de desenvolvimento social livres das amarras dos poderes políticos e econômicos hegemônicos, que querem conceber a educação, o ensino e o saber como meras mercadorias.

Logo, é completamente legítima a luta da docente Monica Ribeiro contra os ataques que ferem esses princípios, sejam eles provenientes das esferas governamentais, sejam de dentro do próprio ambiente acadêmico.

A docente, reconhecida por sua excelência acadêmica e sua defesa aos princípios democráticos mais caros à sociedade, tem nosso apoio e nossa total solidariedade diante da violência praticada por grupos extremistas que possuem o objetivo principal de disseminação de ódio e uso de tipos diferentes de violência.

Fonte: APUFPR-SSind

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