Carreira e luta: saiba como foi o 38º Congresso do ANDES-SN

5 de fevereiro de 2019

De 28 de janeiro até o último sábado (2), docentes de todo o país estiveram reunidos no 38º Congresso Nacional do ANDES-SN. Com o tema Por Democracia, Educação, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos: em defesa do trabalho e da carreira docente, pela revogação da EC/95, o evento discutiu encaminhamentos para a mobilização por uma educação pública democrática e de qualidade. A APUFPR-SSind esteve lá e contribuiu com os debates.

No encontro, representantes das seções sindicais deliberaram a centralidade da luta, com a unidade de forças políticas como ferramenta para manter direitos sociais e recuperar garantias que foram perdidas nos últimos anos.

Entre as pautas que estarão no centro da luta da categoria em 2019, estão a manutenção do financiamento público para educação e saúde, a defesa de serviços e dos servidores públicos e a preservação de todos os direitos dos trabalhadores.

Para articular a mobilização nacional organizada por melhorias para a carreira docente, o Congresso também definiu a criação e consolidação de Grupos de Trabalho (GTs) de Carreira nas seções sindicais. Em um primeiro momento, esses espaços de debate se dedicarão, sobretudo, à defesa do regime de Dedicação Exclusiva (DE) e do direito a liberdade de cátedra.

Na avaliação da diretoria social da APUFPR-SSind, Maria Suely Soares, a participação da seção sindical no congresso trouxe novas perspectivas para pautas prioritárias da categoria. “Consideramos que houve deliberações importantes para o fortalecimento da luta pelas liberdades democráticas, contra a violência e a intolerância política e pelo ensino público, gratuito e de qualidade”, salientou.

Paralisação em pauta

Neste ano, as discussões do congresso foram desenvolvidas sob um forte recorte de gênero. O protagonismo feminino na luta popular foi uma das temáticas do eixo Políticas Sociais e Plano Geral de Lutas.

Na ocasião, os docentes decidiram realizar uma grande paralisação em 8 de março. Historicamente reconhecida como uma data de luta, o Dia Internacional da Mulher foi escolhido para que a categoria se mobilize em resposta às recentes ameaças à trabalhadora.

Reforma da Previdência foi amplamente discutida

O ANDES-SN também irá pautar a construção de uma greve geral em oposição à Reforma da Previdência. As alterações, nos moldes em que estão propostas, representam graves ameaças à subsistência dos aposentados brasileiros e ao Regime Próprio de Previdência dos servidores públicos.

Os debates sobre a mobilização de 8 de março e a greve geral serão conduzidos como parte das estratégias de defesa dos direitos dos docentes e de toda a classe trabalhadora, que seria profundamente prejudicada com implantação de um sistema de capitalização, como quer o governo federal.

No Chile, uma medida semelhante adotada durante o governo de Augusto Pinochet causou a profunda redução da qualidade de vida dos idosos. Hoje, os aposentados do país recebem de 40% a 60% de um salário mínimo. Por isso, a articulação do movimento docente com as outras categorias será necessária para evitar que essa situação se repita por aqui em um futuro próximo.

Docentes aprovam moção de repúdio contra mentira da Gazeta do Povo

O Congresso Nacional do ANDES-SN é reconhecido nacionalmente como um espaço de debates indispensável para o futuro da educação pública brasileira. Mesmo assim, o ex-jornal Gazeta do Povo não hesitou em atacar o evento em uma matéria publicada no dia 29 de janeiro, distorcendo os acontecimentos com o intuito de enganar seus leitores e jogar a opinião pública contra os docentes.

O texto tentava desqualificar o Congresso e o movimento docente, seguindo a política editorial do portal, que insiste em atacar quaisquer aspectos que envolvam intelectualidade e pensamento progressista. Por isso, os delegados do Congresso aprovaram uma moção apresentada pelos docentes da delegação da APUFPR-SSind, em repúdio à postagem da Gazeta do Povo, reafirmando seu compromisso inegociável com a defesa de uma universidade pública, gratuita, autônoma, laica e socialmente referenciada.

 

Fonte: APUFPR-Ssind                                                                  


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