Bullying: professor brasileiro é um dos que mais sofre intimidações no mundo

6 de agosto de 2019
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O professor brasileiro – em todos os níveis de ensino – é o que mais enfrenta intimidações em seu ambiente de trabalho e sofre bullying de estudantes em todo o mundo. O dado é da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem, realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com o levantamento, 10% das instituições de ensino brasileiras registram pelo menos um episódio de agressões verbais, ameaças ou intimidação semanalmente. Para quem acha que estamos exagerando ou sendo alarmistas: a média internacional é de 3%.

Não que isso seja uma novidade para quem vive o dia a dia da educação no Brasil, especialmente nos níveis mais básicos. Mesmo assim é alarmante pensar que professores brasileiros sofrem três vezes mais do que professores de outros países.

Outras informações da pesquisa também são reveladoras sobre as condições de trabalho dos docentes no país. Segundo o estudo, apenas 67% do tempo dos professores brasileiros é destinado às atividades de docência.

Os outros 33% são perdidos em tarefas burocráticas e administrativas — uma realidade que os docentes da UFPR conhecem bem — ou tentando chamar a atenção dos alunos em sala de aula.

Os números tornam o Brasil o terceiro pior país do mundo em aproveitamento do tempo em sala de aula.

Estamos dividindo o top 3 do ranking com Arábia Saudita e África do Sul. Não é exatamente um lugar de honra.

Em outros países que compõem a OCDE, pelo menos 78% do tempo é aproveitado em atividades de ensino.

Nas escolas brasileiras, a violência também se reflete nas relações entre os próprios estudantes, dando origem a uma situação muito preocupante. 28% dos diretores afirmam já terem presenciado pelo menos um caso de agressão em seus locais de trabalho. O índice é o dobro do registrado em média pela OCDE.

Os dados do levantamento são um claro retrato do que significa ser professor no Brasil.

Muito além de apenas dificultar o exercício da docência, o cenário prejudica a saúde física e mental dos professores no país, além de comprometer profundamente a qualidade da educação e o desenvolvimento social.

Fonte: APUFPR-SSind


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