Brasil segue caminho contrário quando o assunto é privatização

7 de julho de 2017

pRIVATIZAÇÃO BrasilA lógica de privatização do sistema de água e de saneamento no Brasil segue um pensamento contrário ao do restante do mundo. Diversos países estão passando por um processo chamado de reestatização e devolvendo ao setor público a responsabilidade pela gestão desses serviços.

De acordo com um mapeamento feito por 11 organizações europeias, da virada do milênio para cá, foram registrados 267 casos de reestatização de sistemas de água e saneamento.

Para o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, essa reversão mundial está sendo impulsionada por diversos problemas que envolvem a privatização.

“Além de inflacionados, os serviços oferecidos por grande parte das empresas privadas são ineficazes. A onda de privatizações que está tomando conta do Brasil não pensa no bem-estar de quem utiliza esses serviços, visando apenas beneficiar os empresários”, ressalta.

Sentido contrário

Mesmo com esse movimento mundial de reestatização, o Brasil continua seguindo o caminho inverso e utilizando, cada dia mais, a privatização como único recurso possível para a administração desses serviços.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) segue incentivando o setor privado e lançando editais que visam a privatização de empresas estatais, a concessão de serviços e a criação de parcerias público-privadas.

No total, 18 estados brasileiros optaram por aderir ao programa de concessão de companhias de água e esgoto, sendo o Rio de Janeiro o primeiro a se posicionar favorável a esse sistema.

De acordo com Herrmann, a privatização não pode ser vista como a única solução para as crises financeiras que muitos estados brasileiros estão passando.

“A privatização parece ser a saída mais fácil para o governo, porém está longe de ser o melhor para o país e não deve ser tratada como a única saída. A solução não é privatizar, mas sim democratizar os serviços públicos e ter mais transparência no que diz respeito à arrecadação, aos gastos e às prioridades dos nossos governantes”, afirma o presidente da APUFPR-SSind.

Fonte: APUFPR-SSind


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