Brasil registra o maior número de greves em sua história em 2016

6 de outubro de 2017

PÁGINA 2 - FOTO 1Os trabalhadores brasileiros mobilizaram em 2016 o maior número de greves da história do país de que se tem registro, com 2093 greves, de acordo com dados do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desse total, 1100 delas (52,6%) foram realizadas por servidores públicos, 986 (46,8%) por trabalhadores do setor privado e 7 (0,3%) por  trabalhadores das esferas pública e privada.

Para o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, o alto número de greves no ano passado se deve à resistência dos sindicatos e dos trabalhadores, inclusive contra o
impeachment da então presidente, Dilma Rousseff. “Esse dado mostra o tamanho da mobilização que fizemos e confirma que os trabalhadores se posicionaram de maneira contrária às decisões dos políticos”, afirma. Segundo a pesquisa do Dieese, 615 greves (29%) foram de advertência, ou seja, greves temporárias, com uma definição prévia de sua duração, enquanto que 1374 (66%) foram deflagradas por tempo indeterminado. “As greves de advertência mostram que fomos combativos, pois traduzem mobilizações que só terminam quando vitórias são conquistadas”, explica.

O que as greves reivindicavam?

O estudo do Dieese classificou as greves, ainda, por motivação. Foram apontadas como propositivas aquelas greves que protestaram por novas conquistas e direitos; e defensivas as que se identificaram por defender condições de trabalho e direitos vigentes. As greves cujas pautas estavam fora do âmbito das relações de trabalho foram consideradas de protesto.

Classificadas dessa forma, ao todo, 1694 greves (80,9%) propunham pautas defensivas, sendo que 1165 (55,7%) denunciavam o descumprimento de direitos. Do total de greves, 721 (34,4%) tinham pautas propositivas e 271 (12,9%) pautas de protesto. A exigência de pagamento de salário figurou em 805 greves (38,5%). “Ficou claro que grande parte do movimento grevista de 2016
já estava na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores tanto no setor público quanto no privado”, afirma o presidente da entidade.

Herrmann ressalta também a necessidade de intensificar a mobilização e a resistência para 2018. “O próximo ano continuará com mais ameaças aos direitos dos trabalhadores, por conta da atual
conjuntura política no país, mas aponta para um período de luta e de resistência”, completa. As 2096 greves de 2016 superam o patamar do que foi levantado em 2013, quando foram registradas 2.050 greves, o então recorde para a série histórica iniciada em 1984.

Fonte: APUFPR-SSind


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