Bolsonaro tira 92% dos recursos da Ciência e Tecnologia. O Centrão agradece

bolsonaro-tira-92-dos-recursos-da-ciencia-e-tecnologia-o-centrao-agradece-site

Bolsonaro tira 92% dos recursos da Ciência e Tecnologia. O Centrão agradece

Após o fiasco de sua tentativa de golpe em 7 de setembro, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fingiu uma “trégua” com as instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), diminuindo a intensidade de suas bravatas e fake news.

Isso não significou, no entanto, nenhum recuo em seu projeto de devastação do Estado brasileiro e das políticas públicas. O corte de 92% dos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, promovido a pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, é uma prova disso.

Cumprindo com a vontade do governo, a base governista do Congresso Nacional reduziu de R$ 690 milhões para apenas R$ 89 milhões os recursos que seriam destinados par o setor de ciência e tecnologia, sendo que a imensa maioria desses recursos (R$ 82,5%) seria destinada à produção de radiofármacos (remédios contra o câncer) e apenas R$ 7,2 milhões iriam para ciência e tecnologia (1,10% do montante original).

Em um momento de grande valorização social da ciência, com as vacinas sendo desenvolvidas em várias universidades, Guedes e Bolsonaro resolvem usar os recursos em outras áreas para agradar, adivinhem só…. os aliados do governo e o “Centrão”.

Lari corrigi aqui : Sem os recursos, podem haver cortes de bolsas e a suspensão do Edital Universal do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), um dos mais importantes editais de fomento à pesquisa básica e aplicada do Brasil.

 

Centrão turbinado, pesquisas inviabilizadas

A medida é parte de duas jogadas do governo Bolsonaro:

1) Agradar seus apoiadores extremistas, que elegeram cultura, artes, educação e ciência como inimigas desde antes da eleição de 2018.

2) Destinar recursos a deputados e partidos que estão sempre dispostos a sustentar o governo em troca de emendas e favores.

Para contar com esse apoio, o Governo Federal destinar cada vez mais cargos e recursos a esses setores oportunistas, ignorando completamente as necessidades da população.

Com os cortes, a manutenção de pesquisas e bolsas já em curso fica completamente ameaçada, sem falar na perspectiva de futuro para a Ciência no país, que se torna ainda mais incerta.

Desde o início de sua gestão, Bolsonaro trabalha para acabar com a Ciência no Brasil. Se em 2013, o Executivo havia R$ 15,4 bilhões para a área no país, em 2019 – primeiro ano de Bolsonaro no poder – os recursos foram reduzidos para R$ 6,7 bilhões.

Em 2021, o orçamento total do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já havia sofrido uma redução total de 29%, e o número de pesquisadores apoiados pelo CNPq tem caído.

Entre 2011 e 2020, as bolsas de mestrado diminuíram 32% (de 17.328 para 11.824), e as de doutorado caíram 20% (de 13.386 para 10.738): o valor desses auxílios não sofre reajuste desde 2013.

 

O ministro estava em qual planeta?

Os cortes foram tão injustificáveis que, segundo consta, pegaram de surpresa até o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, o ex-astronauta e ex-vendedor de travesseiros Marcos Pontes.

Acostumado a referendar os negacionismos e as fake news de Bolsonaro, Pontes utilizou as redes sociais para protestar contra a redução de orçamento em sua pasta.

“Falta de consideração. Os cortes de recurso sobre o pequeno orçamento da Ciência no Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a Comunidade Científica e Setor Produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente”, declarou o ministro em seu Twitter, no dia 10 de outubro.

Vale uma reflexão ao senhor ministro: quando alguém corta 92% dos recursos do seu ministério e você é o último a saber, você precisa repensar sobre a sua relevância no cargo.

A comunidade científica brasileira está mostrando sua indignação e a APUFPR reforça esse coro. Não há justificativa plausível para que o Governo Federal diminua o orçamento de um setor tão relevante. A ciência nacional “agoniza” e o governo de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes querem afundar ainda mais a capacidade de inovação do nossos país.

Como indicam dados levantados pela Unesco, países mais desenvolvidos ampliam investimentos em ciência e tecnologia para crescer, enquanto o Brasil de Bolsonaro vai na contramão (como sempre): em relação ao PIB, Alemanha vai investir R$ 3,09%; Japão, 3,26%; Coreia do Sul, 4,3%; Israel, 4,95%.

Os Estados Unidos irão investir 2,84%, só que o PIB deles gira em tono de US$ 21 trilhões (equivalente a mais de R$ 110 trilhões). E o Brasil de Bolsonaro depois do corte? 0,000094%.

Precisa dizer mais?

 

Fonte: APUFPR


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS