Bancos anunciam novos planos de demissão após aprovação da reforma Trabalhista

Após aprovação da contrarreforma Trabalhista no Senado, no dia 11 de julho – agora Lei 13.467/2017 -, o Bradesco e a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciaram novos planos de demissão voluntária (PDV).
Na última quinta-feira (13), o Bradesco divulgou uma nota pública sobre o seu Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), o primeiro da história da empresa. Entretanto, o documento sobre o PDVE não trouxe detalhes sobre o motivo de ser denominado “especial”, nem a quantidade de funcionários, áreas ou meta financeira pretendidos. O prazo de adesão vai até 31 de agosto.
Ainda conforme a nota, a implementação do PDV “não afetará o elevado padrão de qualidade dos serviços prestados aos seus clientes e usuários, em todas as localidades em que atua”, diz. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o banco privado espera a adesão de, ao menos, 5 mil trabalhadores.
Após a compra do HSBC, concluída em 1° de julho do ano passado, a direção do Bradesco se reuniu com sindicatos dos trabalhadores, se comprometendo que não haveria demissões em massa. A fusão entre as empresas adicionou cerca de 20 mil funcionários do HSBC ao banco.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, filiado a CSP-Conlutas, os bancários precisam ter cautela com a proposta do Bradesco. “A proposta que pode parecer ‘tentadora’ aos bancários é semelhante às outras: 12 salários, 6 meses de auxílio refeição e alimentação e 1 ano e meio de manutenção dos planos de saúde e odontológico. A única diferença é que o banco oferece a multa dos 40% do FGTS”, explicou o sindicato em suas redes sociais.
“A reforma trabalhista definiu que a adesão a plano de demissão voluntária dará quitação plena e irrevogável aos direitos decorrentes da relação empregatícia. Ou seja, a menos que haja previsão expressa em sentido contrário, o empregado não poderá reclamar direitos que entenda violados durante a prestação de trabalho”, alertou a entidade.
Caixa Econômica Federal
Já a Caixa reabriu o seu Programa de Demissão Voluntária Extraordinário (PDVE) na segunda-feira (17). O período de adesão vai até o dia 14 de agosto. O programa é voltado aos trabalhadores que desejarem se desligar voluntariamente da empresa e que se enquadrem nas regras estabelecidas pela entidade. O objetivo é que o PDVE alcance 5,5 mil funcionários.
O incentivo financeiro, de caráter indenizatório, será equivalente a dez remunerações base do empregado, limitado a R$ 500 mil, considerando como referência a data de 31 de junho. O benefício será pago em parcela única, sem incidência de Imposto de Renda (IR), recolhimento de encargos sociais e contribuição à Fundação dos Economiários Federais (Funcef).
Em janeiro, foi aberto um PDV com o objetivo de reduzir em até 10% o número de funcionários do banco e alcançar uma economia de até R$ 1,5 bilhão por ano, a partir de 2018.
“O objetivo do governo Temer com esse novo plano, é continuar o processo de enxugamento da estrutura da CEF, com diminuição de funcionários e posteriormente de agências”, disse o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, que ressaltou a necessidade do fortalecimento dos bancos públicos e do combate ao desmonte promovido por Michel Temer.
Redução e Corte
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, ao final do mês de março deste ano, os cinco maiores bancos do país reuniam 19.220 agências, conforme dados disponíveis nos balanços de Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander Brasil e Caixa, o que significou uma redução de 142 unidades em um ano (seriam cerca de mil, se aos números do Bradesco não tivessem subido por conta da integração, no período, das 851 agências do HSBC). Já em termos de funcionários, os cincos maiores bancos somavam quase 426 mil no primeiro trimestre, um corte de cerca de 3,8 mil pessoas em um ano.
A principal justificativa dos bancos para o fechamento de agências e demissão de funcionários é a ampliação do atendimento por meio dos canais digitais.
* Com informações de O Estado de S. Paulo, Rede Brasil Atual e Agência Brasil

Fonte: ANDES-SN


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