Avião joga agrotóxico sobre acampamento do MST no Pará e deixa várias famílias em perigo

22 de março de 2018

ESSA (2)

No dia 17 de março, o acampamento Helenira Rezende, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Marabá e Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará, sofreu um ataque hediondo. Um avião que sobrevoava o local despejou agrotóxico sobre as famílias que trabalhavam em plena tarde de sábado e deixou muitas pessoas com intenso mal-estar.

Esse atentado ocorreu após quatro meses do despejo determinado pela Justiça do Pará. No total, são 350 famílias com crianças e idosos que, antes do despejo, estavam acampadas em uma área de aproximadamente 10 mil hectares das fazendas do Complexo Cedro. Este está vinculado à Agropecuária Santa Bárbara (AgroSB), grupo do qual o latifundiário e banqueiro Daniel Dantas faz parte.

Depois da pulverização do veneno, as famílias se sentiram ameaçadas e voltaram a ocupar a fazenda Fortaleza. Inclusive, de acordo com a líder do MST-Pará, que vive no acampamento, Wildianei Souza Gomes, a Diana, durante a audiência de despejo, eles conseguiram provar que uma das terras ocupadas é da União e não da AgroSB.

“A fazenda onde estamos é uma área pública e desde o primeiro dia de ocupação a gente faz denúncias ao Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] sobre a existência de terras públicas no Complexo Cedro”, contou Diana.

A situação da região é crítica, principalmente porque a população sem-terra não pode contar com o Estado. O governador Simão Janete (PSDB-PA) não tem a menor intenção de impedir a ação dos grupos que atacam os trabalhadores.

Este é apenas mais um exemplo de parcialidade dos órgãos públicos e de proteção a grandes grupos econômicos, em uma conjuntura marcada por outros ataques, ainda piores, também ocorridos no mês de março: o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes, e do líder comunitário da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), Paulo Sérgio Almeida Nascimento.

Fonte: APUFPR-SSind

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