Aumento da intolerância: apoiadores de Jair Bolsonaro agridem estudante da UFPR

10 de outubro de 2018

O segundo turno das eleições presidenciais tem sido marcado pelo climluto-2 (1)a de ódio e violência. No início da noite de ontem (9), mais um caso de intolerância foi registrado em Curitiba, dessa vez contra um estudante da UFPR. O jovem foi agredido a garrafadas por quatro integrantes de uma torcida organizada que gritavam “Aqui é Bolsonaro”, em referência ao candidato do PSL à Presidência da República.

O episódio aconteceu no centro de Curitiba, ao lado do campus Reitoria da universidade. A agressão covarde aconteceu porque o estudante usava um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O jovem foi socorrido e encaminhado ao Hospital Cajuru. Nenhum dos agressores havia sido identificado até a manhã de hoje (10).

Os apoiadores de Bolsonaro também depredaram a Biblioteca Central da universidade e quebraram vidraças da Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC), que abriga dezenas de alunas – algumas delas vindas de assentamentos do MST.

Ataques têm sido frequentes desde o resultado do primeiro turno

Nos últimos dias, apoiadores de Bolsonaro têm sido responsáveis por diversos episódios semelhantes em todo o país. O ápice da hostilidade aconteceu na Bahia, na noite do último domingo (7), quando o capoeirista Mestre Moa do Katendê foi covardemente assassinado após declarar apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad.

De lá para cá, casos semelhantes têm sido relatados diariamente. São inúmeros crimes motivados pelo ódio e cometidos em nome do desrespeito à livre manifestação individual de outras pessoas. São claras violações de preceitos fundamentais de uma democracia.

A diretoria da APUFPR-SSind repudia veementemente o uso da violência como ferramenta de coerção política e cerceamento da liberdade de expressão. Esses comportamentos são fomentados por discursos inflamados que transbordam intolerância e desrespeito às noções mais básicas de direitos humanos.

A sede por extermínio contra aqueles que expressam pensamentos diferentes não surge de divergências políticas, mas sim da falta de civilidade e de uma discordância latente sobre o que significa viver em sociedade. Piora quando são estimulados por um campo político específico porque dá legitimidade para os autores dos atos de violência.

Docentes que sejam ameaçados por seus posicionamentos políticos devem entrar em contato com a seção sindical o mais rápido possível e comunicar o fato para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas imediatamente. O ódio não vencerá a união de quem luta pela democracia.

Fonte: APUFPR-SSind


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS