Ato de servidores estaduais do Rio em frente à Alerj é reprimido com truculência

Ato-de-servidores-estaduais-do-Rio-em-frente-à-Alerj-é-reprimido-com-truculênciaDocentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), do Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) – em unidade com outras categorias do funcionalismo público estadual civil e militar-, protestaram na quarta-feira (1°) em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), região central do Rio, contra o atraso no pagamento dos salários e do 13º salário dos servidores e as diversas medidas de ajuste fiscal que serão votadas na Casa, que precarizam e privatizam os serviços públicos, na tentativa de gerar superávit primário e seguir pagando juros e amortizações da dívida pública. O dia 1° fevereiro marcou o retorno dos trabalhos legislativos com a eleição da nova mesa diretora da Casa, a definição do calendário de votação de medidas, e a reeleição pela sexta vez do presidente da casa, Jorge Picciani, para continuar no cargo.
A manifestação “Só o Impeachment Salva o Rio” foi duramente reprimida pela Polícia Militar e por integrantes da Força Nacional de Segurança, que, mais uma vez, atacou os manifestantes com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e muitas bombas. Antes do ato na Alerj, parte dos servidores protestaram em frente à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECTI), em decorrência do desmonte da Ciência e Tecnologia no estado e da fusão desta pasta com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), que afetará diretamente os servidores da Uerj, Uezo e Uenf, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). As instituições são vinculadas à SECTI.

“Fizemos um ato para marcar que não deixaremos esse pacote de maldades do Temer e do Pezão ser aprovado. A polícia dispersou o ato de forma violenta. Foi um horror. Os policiais soltaram inúmeras bombas não apenas na rua da Alerj, mas em ruas próximas, que foram interditadas, e virou praça de guerra com os manifestantes tendo que procurar abrigo nos prédios comerciais e outros seguiram pelas avenidas do centro carioca”, contou Lia Rocha, presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj – Seção Sindical do ANDES-SN).
No último dia 26 de janeiro deste ano, governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, assinou um termo de compromisso com o governo federal, para receber empréstimos da União, em troca de, entre outras medidas, privatizar a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e aumentar a contribuição dos servidores estaduais para a Previdência de 11% para 14%.
“O que for aprovado aqui no Rio de Janeiro, em decorrência dessa contrapartida federal, vai pautar todas as negociações que o governo Temer fará com os outros estados do país. No 36° Congresso do ANDES-SN foi aprovado que esta luta contra esse pacote Temer/Pezão é central para o nosso Sindicato. No dia em que for votado o aumento da contribuição previdenciária, será um Dia Nacional de Luta. Então, é importante mantermos o conjunto da categoria informado, porque esse projeto poderá ser votado já na semana que vem. Temos um enfrentamento de curto prazo para fazer”, informa a presidente da Asduerj-SSind.
Pacote de maldades
Das 22 propostas enviadas pelo governador Luiz Fernando Pezão à Casa Legislativa, em novembro do ano passado, sete foram aprovadas e uma rejeitada em plenário. Entre elas: aumento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado e o corte de renda para o Bilhete Único Intermunicipal, que será concedido a quem ganha menos de 3 mil reais por mês.
As 14 restantes foram ou devolvidas ao Executivo ou retiradas de pauta. Quatro medidas devem voltar à discussão a partir de fevereiro: a que aumenta de 11 para 14% a alíquota previdenciária dos servidores, a proposta que muda regras para o uso de fundos estaduais, a que limita o crescimento da despesa de pessoal e a que altera a forma de repasse do orçamento dos poderes do estado. Além dessas, o governador vetou integralmente o projeto que reduzia em 30% o seu salário, de seu vice e dos secretários. Os vetos totais ou parciais ainda serão analisados pela Alerj, que poderá derrubá-los.

Fonte: ANDES-SN


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