Ato de 30 de maio leva 30 mil às ruas de Curitiba e recoloca faixa em defesa da educação na UFPR

3 de junho de 2019

O movimento 30M recebeu esse nome em referência à data do segundo dia nacional de luta pela educação – 30 de maio – mas também poderia ser uma alusão ao número de pessoas que ocuparam o centro de Curitiba nesse dia histórico.

Na última quinta-feira, 30 mil pessoas se reuniram na Praça Santos Andrade contra os cortes orçamentários que ameaçam as atividades de professores, alunos e funcionários de todos os níveis de ensino.

Debaixo de chuva forte, estudantes, professores, técnicos administrativos, movimentos sociais e trabalhadores de diversas categorias se somaram às manifestações que mobilizaram mais um milhão de pessoas em 208 cidades do país. A comunidade universitária da UFPR também realizou atos nos outros campi da Universidade.

Faixa em defesa da educação foi recolocada

No último domingo (26), militantes de grupos autoritários que participavam de uma manifestação convocada pelo Governo Federal arrancaram uma faixa com os dizeres Em defesa da educação pública, que havia sido pendurada na fachada do prédio histórico da UFPR com o apoio da APUFPR-SSind.

Embora a peça não tivesse nenhuma referência partidária e ostentasse apenas uma frase em defesa de uma pauta que deveria ser comum a todos os àqueles que lutam pelo desenvolvimento do país, sua retirada foi comemorada por um grupo significativo de pessoas.

No entanto, a tentativa de intimidar o movimento em defesa da universidade pública não assustou quem luta pela educação. Para comprovar isso, o ato do dia 30 de maio começou com a recolocação da faixa, em uma versão ainda maior que foi içada ao alto das colunas do emblemático prédio que é símbolo da cidade de Curitiba.

Para o presidente da APUFPR-SSind, Paulo Vieira Neto, o ódio contra uma faixa simples, preta e branca, que defendia um direito universal, teve um efeito contrário ao esperado por quem aplaudiu sua retirada. Em vez de enfraquecer o ato, a atitude apenas o fortaleceu.

“A retirada foi estranha, agressiva e dava a impressão de que alguém é contra a educação, o que criou uma reação nacional e internacional. O movimento ficou muito mais aguerrido e a faixa se transformou em um símbolo nacional, todo o mundo compreendeu a mensagem. A pauta em defesa da educação se mostrou ainda mais próxima das pessoas”, avaliou Paulo.

Durante todo o dia, faixas idênticas foram fixadas nos prédios de diversos campi da UFPR e em fachadas de universidades públicas e outras instituições em todo o país, tornando-se um símbolo nacional da luta em defesa da educação pública.

Caminhada atravessou centro de Curitiba

Protegidos por guarda-chuvas e capas de plástico, os manifestantes saíram em caminhada pelos arredores da Praça Santos Andrade, atravessaram a rua Marechal Deodoro e finalizaram o ato na Boca Maldita.

Com cartazes e palavras de ordem, os participantes denunciaram o desmonte contra a educação pública, o sucateamento proposital e a tentativa de amordaçar professores em todos os níveis de ensino com ferramentas de perseguição ideológica.

Para a docente Sonia Haracemiv, do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR, a adesão massiva de professores da universidade às mobilizações em defesa da educação é indispensável em um momento tão grave para o exercício da docência e para o futuro da ciência no Brasil.

“Se nós professores e nossos orientandos não estivermos aqui, o que vai ser deste país? A educação vem à priori, o resto vem a reboque. Todos deveriam estar aqui, lutando por condições melhores de trabalho e formação de professores. Como se faz pesquisa sem recursos e sem ter as mínimas condições? Este país não tem outra saída que não seja a educação”, salientou Sonia.

Fonte: APUFPR-SSind


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