Ataque às universidades: corte de gastos em federais inviabiliza atividades na UFPR

3 de maio de 2019

Em 30 de abril, o Governo Federal aplicou um golpe duro e covarde nas instituições públicas federais de ensino superior. Nessa data, o Ministério da Educação confirmou o bloqueio de 30% dos recursos de todas as universidades federais. Na UFPR, o corte chega próximo a R$ 50 milhões.

Em um primeiro momento, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que os cortes aconteceriam em apenas três instituições: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

Durante entrevista coletiva, para justificar a escolha, o ministro confirmou que se tratava de retaliação política e classificou como “balbúrdia”, “bagunça e evento ridículo” as manifestações individuais e coletivas pelo direito à democracia, à liberdade de cátedra e a um ensino público autônomo, laico, propositivo, inclusivo e, sobretudo, de qualidade. Ou seja, tomou a decisão por critérios meramente ideológicos.

Como sua posição pegou muito mal, e sob o risco de sofrer processo por improbidade administrativa, Weintraub mudou de posição optou por estender o corte orçamentário a todas as federais, para disfarçar a motivação ideológica da represália e alegar isonomia de tratamento entre as instituições. A ação é mais um passo na “cruzada” do governo federal contra as universidades públicas, o pensamento crítico e a produção científica.

Atividades na UFPR serão inviabilizadas a partir do 2º semestre

Na UFPR, o bloqueio foi de R$ 48 milhões de reais, que seriam destinados a serviços primordiais para o funcionamento da universidade, como o pagamento de combustíveis, bolsas, contas de água, telefone e energia elétrica, e os contratos com as terceirizadas responsáveis por limpeza e segurança.

O corte imposto pelo Governo Federal é equivalente a 30% do orçamento descentralizado previsto para o ano todo. O desfalque será catastrófico e irá impossibilitar as atividades na Universidade Federal do Paraná e em outras instituições de ensino no restante do país.

APUFPR-SSind em luta 

Na manhã do dia 3 de maio, a APUFPR-SSind convocou uma reunião emergencial no pátio do campus Reitoria com entidades ligadas à defesa da educação em Curitiba para articular a reação coletiva e unificada contra essa ação antidemocrática.

O corte com pretexto ideológico é inconstitucional e fere gravemente a autonomia universitária. Esse tipo de atitude não é condizente com a democracia, mas sim com o Estado de exceção que o Brasil jamais deveria voltar a viver. Para a APUFPR-SSind, o ataque não passará incólume, e a resposta virá por meio da organização coletiva em prol da democracia que o povo brasileiro já provou, em inúmeras ocasiões, ser capaz de fazer.

Fonte: APUFPR-SSind


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