Na última segunda-feira (11), a APUFPR-SSind promoveu um debate sobre o projeto educacional que vem sendo construído no Brasil desde o golpe de 2016 e seus impactos nas universidades federais. Durante a reunião, realizada na sede da entidade, aprofundaram a análise sobre algumas das conclusões da etapa regional do III Encontro Nacional de Educação (ENE), que aconteceu nos dias 18 e 19 de maio, em Curitiba.
Um dos principais temas discutidos no encontro foi a Reforma do Ensino Médio e a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essas mudanças, promovidas pelo governo Temer, instituem uma nova organização para a grade curricular e propostas pedagógicas do ensino secundário.
O novo sistema divide as disciplinas do ensino médio em áreas de conhecimento, que por sua vez são subdivididos em itinerários formativos — alguns deles não obrigatórios para os estudantes. O processo fragmenta o aprendizado com uma perspectiva utilitarista. As alterações são preocupantes por seu caráter reducionista, uniforme e centralizador, que não dá espaço às particularidades econômicas e socioculturais do projeto político-pedagógico de cada colégio e região.
O debate afeta a universidade não apenas porque muitos jovens que passarão por esse sistema serão futuros alunos do ensino superior público, mas também porque o retrocesso proposto pela BNCC implica a mudança do formato dos cursos de licenciatura, que precisarão se adaptar ao novo ensino médio.
Na última sexta-feira (8), esse foi o tema central de uma reunião da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (Prograd) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que também causa grande preocupação nos docentes da universidade.
Encaminhamentos
Para fortalecer a luta contra a normatização do sucateamento da educação no Brasil, ficou decidido que a APUFPR-SSind convocará uma reunião do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) da seção sindical para o dia 20 de junho, às 15h30.
O novo encontro deverá finalizar a definição de uma grande campanha de conscientização dos docentes e da comunidade em geral, além dos alinhamentos de resistência ao projeto de educação defendido pelo presidente Michel Temer.
A secretária-geral da APUFPR-SSind, Sandra Mara Alessi, esclareceu que a reunião do GTPE terá caráter estratégico e será crucial para os próximos passos da articulação em defesa do ensino público brasileiro em todos os níveis. “Iremos garantir que esses alinhamentos já estejam muito bem definidos antes da próxima reunião sobre a BNCC em Brasília, que acontecerá no dia 28 de agosto”, explicou.
Fonte: APUFPR-SSind
