Nesta sexta-feira (22), diversos setores da sociedade civil — incluindo representantes da APUFPR-SSind — se reuniram na Câmara Municipal de Curitiba para discutir soluções para os problemas estruturais e a falta de transparência no sistema de transporte público da capital.
A audiência pública Democratizando o transporte público em Curitiba foi proposta pela vereadora Professora Josete para debater a nebulosa composição técnica da tarifa e o histórico de fraudes e ilicitudes nos contratos firmados entre prefeitura e empresas do setor.
O sistema das planilhas de custo do transporte curitibano foi criado em uma lógica de funcionamento que favorece apenas as empresas, já que são elas que informam à prefeitura quanto custa a operação do sistema.
Dessa forma, elas determinam o valor, sem que a gestão municipal fiscalize ou avalie a veracidade das informações apresentadas pelas famílias que comandam o setor.
Por isso, não há sequer como estimar se a tarefa técnica é equilibrada ou condizente com o que realmente é investido nos recursos necessários para seu funcionamento ou para renovação da frota.
A relação escusa da prefeitura com os empresários acentua a sensação constante de conluio, corroborada pelas inúmeras acusações do Ministério Público, que atestam irregularidades nos contratos, incluindo fraudes em licitações e desvios de verbas. A má-fé e a falta de informações aparentam ser o alicerce da grande maioria das majorações no valor da passagem feitos na última década.
“Há vários aspectos que nós temos que questionar e infelizmente a administração municipal de Curitiba não quer dialogar. Essa gestão abriu mão de multas que as empresas tinham que pagar para o município, e essa é a razão de termos uma tarifa técnica alta. Ninguém é contra o subsídio, desde que seja para garantir uma tarifa mais justa para a população e apena isso”, explicou a professora Josete.
Fonte: APUFPR-SSind