A APUFPR-SSind abriu a semana comprometida com a luta contra a intolerância política e em defesa da autonomia universitária. Na tarde de ontem (15), a diretoria da seção sindical se reuniu com o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, para debater a construção conjunta de uma frente nacional em defesa da democracia.
A iniciativa surgiu de orientações do ANDES-SN, que ressaltou a necessidade de que docentes de instituições federais em todo o Brasil fomentem a criação de estratégias de enfrentamento locais. Essas deliberações serão enviadas para uma reunião setorial, que acontecerá na próxima quinta-feira (18) e definirão a frente de resistência nacional a ataques movidos pelo ódio político.
A seção sindical se reuniu com a reitoria para dialogar sobre o papel da universidade na manutenção dos espaços acadêmicos como instâncias livres, sem ataques físicos, patrimoniais, morais ou institucionais.
A universidade se comprometeu a se posicionar contra qualquer desrespeito à liberdade acadêmica e intelectual dentro do campus, e a participar ativamente do enfrentamento aos casos de violência com motivação política.
Nas últimas semanas, o país tem enfrentado uma onda de barbárie baseada em intolerância política. Curitiba foi um destaque negativo nesse cenário – três dos casos com maior amplificação nacional aconteceram na capital do estado. Um deles foi precisamente ao lado do campus Reitoria da universidade, onde um aluno da instituição foi agredido a garrafadas por estar usando um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na mesma ocasião, os agressores também destruíram patrimônio da universidade.
De acordo com o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, a expectativa é que a universidade se junte ativamente ao enfrentamento diante da conjuntura, assim como outras entidades e movimentos sociais que serão chamados para a luta conjunta. “Nesse momento, entendemos que é preciso unir forças para combater a violência política e acolher as denúncias da melhor forma possível”, explicou.
O tema continuará a ser discutido pela comunidade acadêmica na Assembleia Geral Extraordinária da categoria, que acontecerá hoje (16), às 16h30, no Anfiteatro 1.100 do campus Reitoria.
Seção sindical retomou diálogo sobre estudantes processados
A APUFPR-SSind também voltou a conversar com o reitor sobre o caso dos nove estudantes que foram processados pela universidade durante a gestão de Zaki Akel Sobrinho. O grupo participou da mobilização estudantil que ocupou o prédio da reitoria em 2015 e compôs a mesa de negociação para estabelecer o diálogo com a instituição.
Na época, o então reitor afirmou que a ocupação teria causado um prejuízo de mais de R$ 470 mil ao patrimônio público. A ação impetrada pela gestão anterior solicita na Justiça indenizações no valor de milhares de reais a cada um dos estudantes, numa atitude clara de recriminar o movimento.
A seção sindical irá manter sua luta pela liberdade política e pelo encerramento do processo contra os estudantes, já que essa também é uma pauta da luta pela democracia e contra a criminalização de mobilizações populares.
Fonte: APUFPR-SSind