APUFPR lamenta assassinato de Marcelo Arruda, vítima do extremismo

11 de julho de 2022
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Marcelo Arruda, imagem: Reprodução

A APUFPR lamenta profundamente o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda no último sábado (9), em Foz do Iguaçu, durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos.

O assassino não conhecia Arruda e não havia sido convidado para a festa, que tinha temática de homenagens ao ex-presidente Lula (pré-candidato à Presidência neste ano). Isso foi suficiente para que o autor do crime, seguidor fanático do presidente Jair Bolsonaro e de outros políticos extremistas, cometesse essa atrocidade na frente da família da vítima e de vários convidados.

Por mais que setores radicais estejam se esforçando muito para minimizar o caráter político desse crime, toda a sociedade brasileira precisa fazer uma profunda reflexão sobre o momento pelo qual passa nosso país: os ataques, antes restritos às redes sociais e ambientes digitais, estão ocorrendo agora no mundo “real”, fora da internet.

Atentados em eventos políticos da oposição em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, ataque ao veículo do juiz que mandou prender o ex-ministro da Educação, e agora o assassinato de Marcelo Arruda são expressões de que essa parcela radicalizada da política está disposta a transformar o Brasil em um caos social, que pode custar a vida de muitos brasileiros.

Aquele que ocupa o principal cargo político do país deveria promover a serenidade em tempos de crise e apaziguar os ânimos de seus seguidores. Mas ele faz justamente o contrário. Jair Bolsonaro incentiva a hostilidade, aumenta o tom contra adversários, para que seus apoiadores tratem opositores como inimigos.

Ao incutir essas ideias nas cabeças de pessoas que são constantemente bombardeadas com fake news e discursos de ódio, ele cria um ambiente em ebulição permanente. Somado à distribuição quase irrestrita de armas, ele cria uma combinação potencialmente trágica para nosso país.

Quando ele diz, em uma live, “Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, ele está dando uma senha para que pessoas achem que precisam fazer algo em nome dele, contra algum tipo de inimigo invisível.

Para quem recebe constante estímulo por meio de mensagens de ódio, esse suposto “inimigo” estaria em qualquer lugar, no STF, no TSE, nas ruas, nas universidades ou em uma simples festa de aniversário.

Ninguém pode naturalizar o aumento dos crimes políticos no Brasil. As décadas de reconstrução da Democracia brasileira não podem ser subjugadas por quem está com medo de perder as eleições.

Não podemos permitir que nossa democracia e nossas vidas continuem sendo ameaçadas.

Expressando sua solidariedade com a família e os amigos de Arruda, a APUFPR exige paz na política e na convivência social: chega de extremistas e extremismos!

 

Fonte: APUFPR


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