Após bloqueio do Mpog, técnico-administrativos em greve são recebidos pelo governo

Depois de bloquear as entradas do prédio do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento  e Gestão (Mpog), desde a madrugada desta segunda-feira (27), os técnico-administrativos em educação (TAE) das universidades públicas federais, em greve há 17 dias,  foram recebidos por representantes do governo federal. A greve de cerca de 200 mil técnicos das instituições federais de ensino em todo país é em protesto à quebra do Termo de Acordo, assinado em 2015, e à falta de diálogo do governo com os trabalhadores.

A vigília contou com mais de 500 servidores e foi organizada pelo Comando Nacional de Greve da Fasubra (Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e integra o calendário de mobilizações do funcionalismo federal contra o desmonte do setor e contra a Reforma da Previdência.

Após muita pressão em frente ao órgão, uma comissão foi recebida pelo Secretário de Gestão, Augusto Chiba. Na reunião, o representante do governo se comprometeu, no prazo de duas semanas, a convocar uma reunião entre o Mpog, a direção da Fasubra e o Ministério da Educação (MEC), para restabelecer o diálogo. Desde setembro de 2016, o governo federal se recusa a dialogar com os representantes dos trabalhadores. No total, foram 13 ofícios enviados ao MEC, sem resposta até o momento.

Para a Fasubra, a partir da pressão dos trabalhadores em greve, o governo deixou de ignorar as reivindicações de diálogo. “Todas as pautas da greve e outros assuntos que estão pendentes vão entrar em discussão”, comentou a entidade em notícia divulgada no seu site. De acordo com a Federação, Chiba afirmou que as questões que geram impacto financeiro não serão discutidas. “Nem tudo vai dar pra solucionar”.

Reestruturação das carreiras
Durante a reunião com o representante do Mpog, a Fasubra questionou sobre o plano do governo de reestruturação da carreira do funcionalismo federal. De acordo com o secretário, as mudanças são direcionadas para aqueles que ainda não ingressaram no serviço público. “Quem está na carreira, não vamos mexer em nada, acho que é só desgaste e não é justo também”, afirmou Chiba.  

Segundo o Secretário de Gestão, o governo avalia que, neste ano, seria difícil alguma medida em relação às carreiras. Segundo Chiba, enquanto a reforma da Previdência não for aprovada, “as outras coisas também não andam”. 
 
Audiência pública
Na tarde dessa segunda, os técnico-administrativos em greve participaram da audiência pública “Qual serviço público que queremos?”, no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. O evento organizado pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), tem como objetivo pressionar parlamentares contra a aprovação de projetos que atacam servidores.

Na ocasião, será entregue às lideranças do Congresso Nacional um documento solicitando apoio aos servidores públicos. Serão destacadas a Medida Provisória 805/17, o PLS 116/17 e a reforma da Previdência (PEC 287/16).

Caravana Nacional
Milhares de servidores públicos devem ocupar a Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), com caravanas de todo o país, nesta terça-feira (28), em defesa do serviço público, contra os ataques ao funcionalismo e em defesa da carreira e da Educação Pública. Docentes de universidades e institutos federais de todo o país estão se deslocando para a capital federal, para participar da manifestação.

Confira os Eixos da Greve da Fasubra
Defesa da Carreira dos TAEs!
Negociação Salarial Já! Nenhum direito a menos!
Contra o aumento da contribuição previdenciária! Não à Reforma da Previdência!
Revogação do PDV!
Em defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade!
Em defesa dos serviços públicos!
Contra o PL 116/17 – demissão por avaliação negativa (fim da estabilidade).
Em defesa dos hospitais universitários.  
Pela revogação da Reforma Trabalhista.

* Com informações e imagens da Fasubra


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS