ANDES-SN aborda questão indígena em curso de formação política no MS

A cidade de Dourados (MS) recebeu, nos dias 18 e 19 de agosto, a segunda etapa do Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN de 2017. Com o tema “Indígenas, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária”, a etapa foi sediada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados (AdufDourados – Seção Sindical do ANDES-SN).

Os debates do curso tinham como objetivo compreender o processo de colonização ao qual os povos indígenas têm sido submetidos no Brasil; analisar os mecanismos de opressão e exploração aos quais os povos indígenas têm sido submetidos pelo Estado brasileiro e pelo agronegócio; compreender a natureza os direitos indígenas no ordenamento jurídico nacional; e, ainda, refletir sobre o papel do movimento sindical na construção de mecanismos para a libertação dos povos indígenas por meio de um caminho de luta revolucionária. Além dos debates do curso, os docentes participantes participaram de saídas de campo, com visitas à Reserva Indígena Jaguapirú e à escola da Aldeia Panambizinho.

Andréa Solimões, 1ª vice-presidente da Regional Norte II e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) do ANDES-SN, ressalta que a AdufDourados-SSind havia solicitado sediar a etapa do curso justamente por sua localização geográfica. “Aquela região está diretamente ligada ao processo de extermínio dos povos indígenas. Pudemos visitar tanto espaços que estão com a demarcação avançada quanto áreas em processo de retomada. Foi muito impactante poder presenciar a situação de luta dos indígenas”, afirmou.

“Os indígenas estão sujeitos não apenas à violência física como, também, ao isolamento físico. Há muros os separando da sociedade, e muitos não têm acesso a serviços básicos. Há, ainda, ataques de fazendeiros. Pudemos ver como funciona o processo de extermínio de indígenas por parte do Estado brasileiro, que não é apenas omisso, mas parte do extermínio”, completa Andréa.

A coordenadora do GTPFS ressalta que houve muitos temas debatidos durante o curso, e muitos questionamentos ficaram sem resposta devido ao curto período de tempo do curso. “Ainda temos muito o que avançar. Pudemos compreender melhor a questão do protagonismo indígena em suas lutas, a sua forma de organização e a sua relação com a terra e o território. Também debatemos a questão da demarcação das terras e como o Marco Temporal é prejudicial à população indígena”, conclui a docente.

O Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN de 2017 tem como eixo central “Movimentos Sociais: exploração, opressão e revolução” e é composto por quatro etapas.

Fonte: ANDES-SN


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