Plural: Alunos e professores reivindicam protocolos para o retorno às aulas presenciais

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Alunos e professores reivindicam protocolos para o retorno às aulas presenciais

Duas semanas após o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovar uma resolução que dá condições para o retorno letivo presencial em janeiro de 2022, acadêmicos e docentes da universidade estão receosos com a ausência de protocolos e normas de segurança sanitária, que ainda não foram divulgados pela instituição. Apesar disso, consideram o retorno fundamental para as atividades da universidade e o aguardam com entusiasmo.

Conforme a nova resolução do CEPE, a partir de 31 de janeiro de 2022 o ensino presencial na UFPR passa a ser regra, com ensino híbrido ou remoto em casos excepcionais, baseados na Instrução Normativa número 90, do governo federal, enquanto vigente – ou outra que a vier substituir.

A decisão para o retorno foi embasada na avaliação da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR, composta por cientistas de várias áreas que acompanham e analisam diariamente os dados da pandemia no Paraná e no Brasil desde março de 2020.

Confira aqui as instruções normativas.

De acordo com a vice-presidente APUFPR, o calendário letivo definitivo ainda está em discussão. Por enquanto, a comunidade acadêmica segue a grade publicada em agosto deste ano. Agora, as coordenações estão trabalhando para que até início de dezembro o calendário eletivo definitivo seja divulgado.

“É muito importante continuar as aulas [presencialmente]. A UFPR retoma o seu papel, sua função na sociedade, seu caráter presencial que sempre foi a história dessa universidade. Vai ser de grande expectativa após praticamente dois anos de ensino virtual”, afirma Andrea.

 

Professores: 

Na reunião em que foi apresentada a resolução do Conselho, foram ouvidos os posicionamentos da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que elaboraram documentos com algumas exigências em relação à volta presencial das aulas.

Segundo a vice-presidente da APUFPR, Andrea Stinghen, um dia antes da aprovação das normas do CEPE, foram reunidos cerca de 240 docentes de forma virtual para discutir a situação do retorno às salas da universidade. “Alguns docentes ficaram receosos de voltar, mas a grande maioria aprovou a ideia, condicionando alguns cuidados por parte da administração da universidade.”

Andrea relata que embora os professores queiram retornar, ainda há uma preocupação sobre como isso será feito na prática. Por este motivo, foram elencados 14 itens julgados essenciais pela categoria para um retorno seguro. Entre eles estão a oferta de componentes curriculares em modalidade não presencial, a possibilidade de alguns profissionais desempenharem suas funções de maneira remota (como o caso de idosos ou pessoas com algum tipo de comorbidade) e a criação de um Comitê de Acompanhamento das Atividades Presenciais.

Confira aqui as reivindicações assembleia.

 

Alunos:

No dia 4 de maio de 2020, a UFPR suspendeu o ano letivo por tempo indeterminado por decisão do CEPE. Desde então, os alunos estão cursando períodos especiais através do Ensino Remoto Emergencial (ERE), que permitiu a matrícula do estudante em disciplinas obrigatórias ou optativas, todas ministradas de forma totalmente virtual.

“Quem está mais animado e ansioso, principalmente, são os calouros tanto de 2020 quanto de 2021, porque eles mal conheceram a universidade, mal tiveram a oportunidade de aproveitar a UFPR e tudo o que eles vivenciaram da universidade foi no ensino remoto.” Quem afirma é Bethania Ihlenfeldt, parte da Comissão Eleitoral do DCE da UFPR, que representa quase 30 mil estudantes.

De acordo com a acadêmica de Engenharia de Bioprocessos, a maioria dos alunos está aflita com as questões de segurança sanitária visto que ainda não há um protocolo formalizado pela universidade. “Conversamos com as instâncias superiores para saber como está todo esse planejamento para o retorno presencial. A princípio, a gente acredita que é uma melhora com certeza retomar a vida como era antes, digamos assim. Acho que dá um ânimo novo para o pessoal que está em casa há quase dois anos, é uma nova perspectiva”, relata.

Bethania conta que o DCE levou diversas reivindicações estudantis ao Conselho da universidade e que a resposta foi bastante positiva. “Estamos com uma perspectiva boa. As instâncias superiores se apresentaram bem abertos para nós e nossas demandas”.

De acordo com a universidade, as exigências da comunidade acadêmica serão atendidas quase em sua totalidade, principalmente no que se refere ao cumprimento das medidas de biossegurança, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, a distribuição de máscaras gratuitamente para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, a disponibilização de álcool em gel, a higienização dos espaços, a testagem contínua e funcionamento integral dos Restaurantes Universitários e dos ônibus Intercampi.

 

Fonte: Site Plural.Jor – Reportagem sob orientação de João Frey e escrita por Maria Cecília Zarpelon.


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