Alterações na Lei dos Planos de Saúde poderão trazer prejuízos para milhões de brasileiros

10 de julho de 2017

Lei plano de saúdeAs mudanças atendem apenas aos interesses das operadoras dos planos de saúde e pretende impedir a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em todos os contratos.

A Comissão Especial sobre Planos de Saúde está discutindo algumas mudanças nas normas que regulamentam o serviço no país. Em regime de urgência, a comissão pretende alterar diversos pontos da lei 9.656/1998 por meio da junção de 140 projetos que abordam o tema.

O principal retrocesso pretendido com a revisão da lei é proibir a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos de planos de saúde.

De acordo com o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, é inaceitável que a Câmara de Deputados aprove mudanças que afetam a vida de milhões de brasileiros sem expor e discutir as alterações com a sociedade.

“Poucas audiências públicas foram realizadas para um tema que necessita de uma discussão profunda e com a participação de todos os segmentos interessados, como usuários, sindicatos que possuem planos coletivos, médicos e operadoras. A saúde no Brasil, pública ou privada, precisa ser tratada com mais compromisso e seriedade”, ressaltou.

A Comissão Especial também pretende alterar outros pontos que beneficiam diretamente as empresas, como a autorização da venda de planos populares segmentados e com grandes restrições de coberturas, o fim do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), quando o usuário é atendido na rede pública, e a liberação do reajuste dos planos individuais.

Problemas atuais

É crescente a insatisfação dos clientes de planos de assistência médico-hospitalar, sejam estes individuais, familiares ou coletivos.

As exclusões de coberturas, as barreiras de acesso para idosos e doentes crônicos, os reajustes proibitivos, as rescisões unilaterais de contratos e a demora no atendimento são apenas alguns dos problemas enfrentados por quem contrata o serviço no Brasil.

Com as mudanças na lei 9.656/1998, propostas pela Comissão Especial sobre Planos de Saúde, o futuro do serviço não se mostra nada animador para os usuários – que estarão ainda mais desprotegidos e nas mãos das operadoras.

Decisões judiciais

No Brasil, 47,6 milhões de pessoas possuem contrato com planos de saúde. O Código de Defesa do Consumidor, item que a comissão pretende retirar das normas, representa a salvação dos usuários que enfrentam problemas durante o atendimento. Cerca de 90% das decisões judiciais sobre o tema têm resultado favorável aos cidadãos.

Saúde e política

É preciso chamar a atenção para a proximidade entre os planos de saúde e os parlamentares brasileiros. Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que as operadoras do setor investiram R$ 54,9 milhões nas eleições de 2014, contribuindo diretamente para a escolha de 29 deputados federais e 3 senadores.

Fonte: APUFPR-SSind


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