A Copel é nossa: assine a petição contra privatização do patrimônio dos paranaenses

22 de novembro de 2022
APUFPR - A copel é nossa

Contra a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) pelo governo de Ratinho Jr., movimentos sociais paranaenses criaram um manifesto online direcionado ao Executivo e ao Legislativo estaduais.

O texto do manifesto, que pode ser assinado aqui, faz 13 reivindicações ao poder público, que incluem a não privatização e o aumento dos ativos da Copel, além da contratação apenas de funcionários próprios e da aplicação de 50% dos lucros na educação e 50% na saúde, entre outros pontos.

O governo estadual do Paraná encaminhou, na segunda-feira (21), o projeto de lei para privatizar a Copel e sugeriu que este tramite em regime de urgência.

Em vez de tentar uma privatização “clássica”, com a venda direta de ações ou da totalidade da estatal para um comprador, Ratinho Jr adota a mesma manobra que Bolsonaro usou para privatizar a Eletrobras: vai dissolver ações no mercado.

Segundo informações do governo, o estado pretende manter, no máximo, 15% do capital social e 10% das ações com direito a voto.

Com isso, o governo estadual deixaria de determinar o que a empresa vai fazer, por exemplo, com os lucros obtidos. Assim, em vez de utilizar o recurso arrecadado para promover desenvolvimento econômico e social ou investir em projetos e programas que beneficiam a população mais carente (inclusive, com redução da tarifa de luz), a empresa tenderá a destinar todo o lucro para acionistas.

De olho nas eleições presidenciais de 2026, Ratinho Jr parece querer despontar-se como um radical para colher a “herança” bolsonarista, com atitudes antidemocráticas que mostram seu compromisso exclusivo com as “elites” e desprezo pela população. E não é por necessidade de dinheiro: em 2022, Ratinho Jr aumentou para R$ 18 bilhões a isenção a grandes empresários e ao agronegócio.

 

A Copel ainda é nossa porque lutamos por ela

Em 2021, o então governador Jaime Lerner tentou privatizar a Copel, mesmo diante da resistência da população, que chegou a ocupar a Assembleia Legislativa do Paraná e, com muita coragem, enfrentou a forte repressão policial.

Naquela ocasião, professores, estudantes e técnicos da UFPR se uniram a outros setores da sociedade para liderar o movimento de resistência contra a privatização da estatal.

 

Assista o vídeo aqui: https://globoplay.globo.com/v/2301963/

 

Na época, apesar de conseguir aprovar a privatização (com apenas 1 voto de diferença contra o projeto de iniciativa popular que impedia a venda), não foi efetivada porque não houve compradores interessados, justamente por causa da resistência popular.

Assim como hoje, não havia naquela época justificativa plausível para a privatização, pois a Copel já era, naquela época, uma das maiores e mais lucrativas empresas do setor no mundo.

Quem saiu perdendo foi Lerner, que manchou de forma irreversível sua reputação a ponto de ter que mudar-se para o Rio de Janeiro para tentar uma “sobrevida” na política (o que também não deu certo).

Tudo isso aconteceu em um contexto histórico muito diferente, quando o neoliberalismo estava em alta e as privatizações eram feitas a toque de caixa por pressão do Banco Mundial e outros organismo que hoje perderam força. Ou seja, a opção de Ratinho Jr é deslocada da conjuntura atual, até porque a maioria da população brasileira optou por outro projeto de sociedade ao eleger Lula.

 

Fonte: APUFPR


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