A concentração midiática impede o avanço social

5 de setembro de 2017

shutterstock_395553844  [Convertido]O oligopólio midiático é um dos fatores que contribuem para que a Gazeta do Povo e outros veículos se sintam tão à vontade para disseminar ataques contra as universidades públicas. Não há democracia sem uma imprensa livre e independente. Mas como é possível alcançar essa liberdade e independência em um país onde sete famílias controlam direta ou indiretamente 70% da mídia?

No Paraná, apenas quatro grupos dominam o mercado midiático. E o que esse controle significa? Que apenas quatro pensamentos – que podem se diferenciar ou se igualar sobre uma temática ou outra – comandam a imprensa paranaense e ditam a forma e o conteúdo das informações aos quais a população terá acesso. Além disso, em todo o país, estima-se que 70% das concessões de rádio e TV pertençam a proprietários que ocupam cargos públicos eleitos, contrariando o que determina a Constituição Federal.

Para isso, usam parentes ou “laranjas” que se passam por donos desses veículos. No caso das redes de televisão, o mais agravante é o fato de que os quatro veículos locais são obrigados a seguir a linha editorial de suas “emissoras mães” (Globo, Band, Record e SBT). Ou seja, a linha editorial estabelecida nacionalmente será adotada pelos veículos no estado, aumentando o torniquete sobre a informação pública. Para agravar a situação em nosso estado, as duas emissoras FM de perfil jornalístico, especializadas somente em notícias – BandNews FM e CBN Curitiba, teoricamente concorrentes – pertencem ao mesmo grupo econômico.

Democratização não é censura

Nos Estados Unidos a imprensa é regulamentada por legislações que proíbem a propriedade cruzada dos meios de comunicação. Isso ajuda a explicar a existência de mais de 600 jornais de grande circulação (regional ou nacional). Além disso, existem regras que limitam o número de estações de televisão e rádio que uma empresa pode controlar em determinado mercado. O mesmo acontece em diversos países da Europa que possuem legislações para democratizar a comunicação. A regulamentação da mídia no Reino Unido surgiu após os escândalos envolvendo escutas ilegais feitas por tabloides britânicos. Lá, a lei regula as concessões para emissoras de televisão e rádio.

O Conselho Superior de Audiovisual (CSA) é o órgão que regulamenta o poder da mídia na França. De acordo com as normas, nenhum grupo pode controlar mais de 30% da imprensa diária. Na Argentina, a democratização dos meios também se tornou uma realidade. Aprovada em 2009, a Lei dos Meios virou referência internacional. Na época, a mídia brasileira tachou a medida como um ato de censura, porém o país apenas seguiu as mudanças que já são aplicadas nas principais democracias do mundo.

Fonte: APUFPR-SSind

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