21 de Março: Dia Internacional de Combate ao Racismo

imp-ult-350128460O dia 21 de março marca uma importante data para o movimento de negros e negras em todo o mundo: o Dia Internacional de Combate ao Racismo. A data serve para relembrar o Massacre de Shaperville, em Johanesburgo, África do Sul, quando 69 pessoas foram mortas pelo exército, e outras 186 foram feridas, no ano de 1960.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1966, em memória ao massacre. Na ocasião, 20 mil negros protestavam pacificamente contra a Lei do Passe – que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles poderiam transitar na cidade – quando se depararam com tropas do exército, que abriram fogo sobre a multidão.

Cláudia Durans, 2ª vice-presidente do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), afirma que os negros e negras sempre se lembrarão dos lutadores sul-africanos para lutar por uma sociedade igualitária e sem racismo. “A luta dos sul-africanos se renova sempre. As 69 pessoas não morreram em vão”, comenta.

“Essa situação, infelizmente, ainda é muito atual, no Brasil e no mundo. Presenciamos um genocídio de jovens negros. Vivemos um cenário de desemprego, violência, tráfico, com os jovens negros não tendo direito à educação e à saúde, e, agora, perdendo direitos como o de se aposentar”, critica Cláudia Durans.

Violência

Dados do Anuário de Segurança Pública de 2016 apontam que a cada nove minutos uma pessoa morre vítima de arma de fogo no país. Ainda de acordo com o levantamento, destes, 54% são jovens, entre 15 e 24 anos, e 73% são negros e pardos. A juventude negra é a maior vítima da violência no Brasil. Este ano, cinco jovens foram brutalmente assassinados na zona leste de São Paulo. Os corpos foram encontrados neste mês (6), numa área rural em Mogi das Cruzes, interior paulista. As investigações apontam a participação de guardas civis na chacina que teria sido motivada após a morte de um Guarda Civil Municipal de Santo André.

Números divulgados pelo Mapa da Violência 2016 mostram também que a vitimização da população negra no país que, em 2003, era de 71,7% (morrem, proporcionalmente, mais negros que brancos), pula para 158,9%, em 2014. Enquanto, no mesmo período, a taxa de homicídio da população branca caiu de 14,5%, em 2003, para 10,6%, em 2014. Ou seja, morrem 2,6 vezes mais negros que brancos vitimados por arma de fogo. O mesmo acontece com a taxa de homicídios de mulheres, o percentual de mortes de mulheres negras e pardas cresceu 19,5%, enquanto a taxa de homicídios contra mulheres brancas caiu 11,9%.

Com informações de EBC

Fonte: ANDES-SN


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS