Investimento global em ciência sobe, enquanto no Brasil diminui (surpresa?)

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Cresce investimento em ciência no MundoOs valores direcionados à ciência aumentaram em 19% ao redor do mundo, entre os anos de 2014 e 2018. É o que aponta o novo Relatório de Ciência da Unesco, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar desse aumento acontecer de forma desigual – 63% do investimento é referente somente à China e aos Estados Unidos –, países de diferentes continentes tiveram progressões em relações aos anos anteriores, demonstrando a importância da ciência para o progresso da humanidade.

Além de economias consolidadas, como Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Israel, países emergentes como Egito, África do Sul, Tailândia, Vietnã e Emirados Árabes Unidos se destacam.

Ainda sem dados concretos, o documento também aponta a tendência de crescimento desses números nos anos posteriores à pesquisa, principalmente em virtude dos gastos originados pela emergência da pandemia de Covid-19.

Brasil na contramão

O Brasil, como se tornou padrão nos últimos anos, foi na contramão do movimento: considerando o mesmo período de análise, o país investiu somente 1,26% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisas científicas, enquanto a média mundial é de 1,79%.

É importante destacar que a América Latina, como um todo, reduziu o seu investimento na área: de 0,73%, a porcentagem passou para 0,66%.

O relatório também aponta a disparidade do Brasil em relação ao número de pesquisadores: são somente 888 por milhão de habitantes, enquanto a média mundial é de 1.368.

Só para comparação, no topo do ranking está a Coreia do Sul, com 7.980; a União Europeia concentra 4.069 e a Argentina, nosso país irmão, tem 1.192.

Cenário de catástrofe

É importante considerar que de 2018 (ano da pesquisa) até agora, a situação piorou no nosso país, demonstrando que o Governo Federal não aprendeu nada com as demais nações, e nem mesmo com a pandemia, que escancarou a necessidade do fomento e valorização da ciência e da tecnologia.

Desde 2019, 25% do orçamento das universidades e institutos federais foi cortado, apesar de serem responsáveis por 95% das pesquisas do Brasil.

Em janeiro de 2021, um canetaço do presidente Jair Bolsonaro retirou R$ 9 bilhões da área de ciência e tecnologia, 28,7% em relação ao ano passado e no meio de uma crise sanitária que demanda o desenvolvimento rápido de soluções.

Já em março, o orçamento anual foi aprovado com cortes de 18% no ensino superior brasileiro ainda em 2021, colocando em risco o funcionamento das universidades federais.

O objetivo do governo é mesquinho e cruel: atacar pesquisadores, em virtude do “perigo” que a ciência representa à sua gestão, que se sustenta na base de dados falsos e distorções da realidade.

 

Fonte: APUFPR


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