Nota de solidariedade aos professores temporários das universidades estaduais paranaenses

2 de julho de 2020
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Como medida para impedir avanço do novo Coronavírus, as instituições públicas de ensino superior de todo o país suspenderam as atividades acadêmicas presenciais. Nas universidades estaduais paranaenses essa situação está sendo aproveitada para gerar um instabilidade a mais para os professores “colaboradores” (eufemismo usado pelo governo estadual para o que seria equivalente aos professores substitutos nas instituições federais de ensino), que correm o risco de não terem seus contratos temporários renovados pelas reitorias.

Em apoio a esses docentes, defendemos que seus contratos sejam prolongados, no mínimo, pelo tempo equivalente à suspensão das atividades causada pela pandemia da Covid-19. Seria o tratamento mais humanizado da situação.

Por causa das escolhas políticas dos últimos governos estaduais (Beto Richa e Ratinho Jr), que insistem no desmonte e na precarização cada vez maior de universidades que se destacam no cenário nacional, esses docentes representam quase 30% da força de trabalho das instituições.

Apesar de passarem por concursos, possuírem excelente qualificação e da inegável dedicação às atividades docentes, dificilmente conseguem desenvolver pesquisa e extensão, e seus contratos são limitados a apenas 6 meses.

Mas em vez de se tornarem professores efetivos dessas instituições, convivem agora com uma insegurança ainda maior.

Em nota conjunta, as entidades sindicais que representam os docentes das universidades estaduais paranaenses denunciam que a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do governo estadual está usando a situação para chantagear as instituições, forçando-as a aderir às modalidades “remotas” de ensino sob pena de não renovação do contrato dos docentes temporários.

Vale lembrar que a Secretaria de Educação do governo contratou, sem licitação, uma empresa sem lastro econômico e sem comprovação de qualificação técnica (mas diretamente ligada às atividades políticas do presidente da República, Jair Bolsonaro, e a um sujeito acusado de participar de uma rede de prostituição de menores de idade).

Estamos vivendo uma conjuntura em que governos sem compromisso com a população estão se aproveitando do isolamento social para implementar uma agenda de destruição do serviço público, passando reformas e projetos de maneira atropelada, e tomando decisões imorais e desumanas. Isso se torna ainda mais grave quando se trata da Educação Superior e da Ciência, que estão sendo essenciais na busca pelas soluções do problema que está afetando praticamente toda a humanidade.

 

Diretoria da APUFPR


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