Governo retoma o Future-se para chantagear universidades federais

17 de fevereiro de 2020
CAPA

A volta dos mortos vivos. Quando se achava que “o Coisa” Abraham Weintraub estava ocupado demonstrando sua incompetência na organização do Enem, ele encontrou espaço na sua agenda aterrorizante para retomar o Future-se.

Parece que a hora do pesadelo ganhou novos capítulos e o MEC começou 2020 mostrando suas garras. Agora reforçando a conversa de se investir em fundações privadas para interferir na autonomia das universidades federais.

Novamente, o MEC tenta intimidar as universidades que primam pela autonomia e pelo desenvolvimento do pensamento crítico.

Por isso, o ministério anunciou o corte de R$ 19,8 bilhões no orçamento de 2020. Desses, R$ 7,3 bilhões atingem as universidades federais.

A direção da APUFPR explica que esse corte é uma carta na manga que o governo quer usar para conseguir a adesão ao Future-se. “Eles querem que respiremos por aparelhos, porque se as instituições estiverem agonizando, eles acreditam que elas estariam mais propensas a aceitar o ingresso ao programa para sobreviver”, afirma o presidente do sindicato, Paulo Vieira Neto.

Chantagem   

O Future-se causa pesadelo para quem defende instituições de ensino com liberdade de cátedra e democráticas. Principalmente porque o atual Governo Federal trata frequentemente a educação como inimiga.

Isso é tão verdade que, aderindo ao programa, haverá ingerência de interesses privados sobre a produção científica das universidades. Paulo Vieira completa dizendo que “o objetivo do Governo Federal é fazer com que o superior brasileiro atenda aos interesses de certos setores, limitando a produção e a pesquisa científicas”.

O MEC alega que ninguém é obrigado a aderir ao Future-se, mas com essa sequência histórica de cortes de recursos da educação, o governo quer forçar as universidades a aderir ao programa para sobreviver.

Dias de luta virão

2020 se apresenta desafiador para quem defende autonomia universitária. Ano passado, docentes, estudantes, técnicos e parte da população que defende a educação já demonstraram força (as maiores mobilizações do ano foram em defesa da educação). Neste ano será preciso ainda mais união para enfrentar esse embate.

 

Fonte:APUFPR


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