Greve na Pós? Pós na Greve! UFPR 2024

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  1. A pós-graduação entra em greve? 

A partir da decisão de deflagração da greve, o professor tem o direito de greve garantido em relação a todos os trabalhos que realiza, inclusive na pós-graduação. Não há diferença entre graduação e pós graduação para o direito de greve dos professores! Segundo os ritos sindicais, a UFPR é notificada da greve e as atividades que podem continuar são decididas pelo comitê de ética da greve, mediante solicitação do interessado.

 

  1. Existe diferença em relação aos calendários? 

O CEPE e COUN decidem sobre manter ou não o calendário da Universidade, avaliando a necessidade de reposição das aulas perdidas e considerando o grau de  adesão dos docentes. Em geral, essa decisão afeta apenas o calendário da graduação, pois não há um calendário unificado da pós-graduação. Partindo do mesmo princípio, cada PPG pode suspender o seu calendário visando a reposição das aulas no caso de adesão do corpo docente.

 

  1. Mas a suspensão do calendário pode prejudicar a avaliação do programa?

É importante lembrar que não há mais o critério de tempo médio de titulação nos indicadores de avaliação da CAPES. Por outro lado, o tempo médio de titulação conta nos critérios de distribuição de bolsas da CAPES, o que tem levado ao argumento de que a pós graduação não deveria parar para não perder bolsas. 

Contudo, a verdadeira causa da diminuição de bolsas é justamente a falta de verbas para educação. Os dados indicam uma redução de 17 mil bolsas de mestrado, 6 mil bolsas de doutorado e 5 700 bolsas de pós-doutorado desde 2015. Isso tem sido sentido por todos os que acompanham os quantitativos de bolsa em cada programa, especialmente os coordenadores. A greve é o instrumento coletivo de recomposição do orçamento da educação e da ciência e tecnologia, garantindo a existência e ampliação das bolsas de pesquisa.

 

  1. Bolsas dos discentes, serão suspensas durante a greve? 

Em relação às bolsas, nunca houve registro de suspensão do pagamento das bolsas CAPES e CNPq em greves na Pós-Graduação. A prorrogação da bolsa, por outro lado, já ocorreu no período da pandemia. Não é provável que ocorra extensão dos prazos, mas é sempre importante lembrar que casos específicos que demandam continuidade das atividades, são analisados pelo comitê de ética. Vale lembrar que em face do déficit crescente de bolsas, em 2022 apenas 30% dos mestrandos e 38% dos doutorandos receberam bolsas de pesquisa. A greve busca aumentar o número de bolsas de estudo!

 

  1. Existem pesquisas que não podem parar?

“No meu PPG, há pesquisas que não podem ser interrompidas, sob o risco de perda de dados, comprometimento dos resultados e danos irreversíveis para o desenvolvimento científico, por isso não posso parar as atividades”. 

O comitê de ética da greve leva em consideração essas questões para autorizar a continuidade das atividades, encaminhe a sua solicitação. 

 

  1. O professor da Pós que entra em greve está protegido?

O direito de greve é irrestrito e a/o professora/o que entra em greve não pode sofrer nenhuma retaliação, constrangimento ou perseguição. A prática antissindical deve ser denunciada e sanções legais aplicadas ao assediador.

 

O maior risco à Pós-Graduação são os cortes de verba!

O orçamento do CNPq em 2022 foi de apenas 1/3 do orçamento de 2014, em valores corrigidos pela inflação. Isso significa um comprometimento inequívoco do desenvolvimento científico do país. A ausência de abertura de novas vagas para docentes e pesquisadores, a desvalorização salarial de mais de 30% da carreira do magistério superior, também têem impacto direto sobre a atratividade de profissionais qualificados.

Vale lembrar que a greve também é pela defesa da ciência!

Dados: Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa.

 


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