Em reunião realizada no dia 18 de agosto, representantes das seções sindicais que compõem o Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN incluíram no calendário de lutas o Dia Nacional de Luta em defesa dos serviços públicos e contra a Reforma da Previdência.
A paralisação, que acontecerá em 14 de setembro, será feita em conjunto com outros trabalhadores da educação, servidores públicos e funcionários do setor privado.
De acordo com o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, a data é importante para marcar a luta contra os desmontes que estão acontecendo na educação pública. “Estamos sofrendo uma série de cortes nos investimentos e as condições de trabalho estão cada vez mais precárias. A mobilização é fundamental nesse momento”, destaca.
O mês de setembro também será marcado pela mobilização nacional para pressionar os deputados estaduais a votarem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016, conhecida como Reforma da Previdência. Essa PEC prevê, entre outras coisas, o aumento do tempo mínimo de contribuição previdenciária para ter direito à aposentadoria integral, que passaria a ser 40 anos.
Ainda em 14 de setembro deve acontecer o Dia Nacional de Luta, Protestos e Greves dos metalúrgicos, organizado para formar uma resistência em relação às Reformas Trabalhista e da Previdência, que deve mobilizar cerca de 2 milhões de trabalhadores em todo o país.
As ameaças
Além dos cortes no orçamento da educação, que chegaram a R$ 4,3 bilhões só em 2017, o governo Michel Temer apresentou uma série de medidas para reduzir gastos como forma de compensar o custo de seu apoio político.
Congelamento do reajuste salarial dos servidores previsto para 2018, aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%, extinção de 60 mil cargos do Poder Executivo e limites para ajuda de custo de transferências e auxílio-moradia são algumas das medidas que devem afetar os funcionários públicos no próximo ano.
As principais carreiras afetadas pela proposta serão a dos docentes federais, do Judiciário, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, dos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre outras.
A pesquisa universitária também está sendo afetada. É necessário o repasse de mais de R$ 500 milhões para que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) consiga pagar cerca de 104 mil bolsistas até o final do ano. Um dos maiores riscos é a privatização, fazendo com que as pesquisas se destinem para os interesses do setor privado.
Esses “ajustes” nas contas públicas incentivam ainda mais a mercantilização da educação, além de afetar outras áreas como saúde, segurança e moradia, beneficiando empresas privadas, banqueiros e latifundiários por meio de recursos públicos.
Fonte: APUFPR-SSind