Docentes da UTFPR são vítimas de perseguição política

20 de setembro de 2017

imp-ult-1997797012Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) são vítimas de processos administrativos que investigam a “conduta” deles durante a ocupação estudantil no prédio da UTFPR em 2016, contra o desmonte das políticas públicas educacionais, entre elas, a contrarreforma do Ensino Médio e a chamada “PEC do Teto dos Gastos” (PEC 95/16). Na última quarta-feira (13), os docentes lançaram um manifesto contra a “perseguição” política em Curitiba (PR) repudiando os processos administrativos e as sindicâncias instauradas.

Os professores investigados atuaram na negociação e na preservação da integridade física dos estudantes da UTFPR, já que muitos deles foram ameaçados por fazerem parte da ocupação. Situação semelhante ocorre em Santa Catarina, lá o Ministério Público criminaliza servidores públicos da UFSC, que foram mediadores e defensores do espaço público da universidade e de estudantes, diante do conflito estabelecido à época que contou com a presença ostensiva de policiais e o uso desproporcional da sua força. Docentes e técnico-administrativos são ameaçados judicialmente de perderem a função pública, pagarem uma multa civil, pagamento de mais de R$ 45mil de danos patrimoniais, além da perda dos direitos políticos por oito anos.

“Neste grave momento de precarização do Ensino Superior e de comprometimento de recursos públicos destinados à educação e à produção da ciência, da pesquisa e da tecnologia, não é coerente que os esforços da UTFPR se voltem para ‘perseguição’ de docentes com conduta ilibada na instituição, muitos dos quais possuem décadas de dedicação tanto ao ensino, quanto à pesquisa e à extensão; docentes com reconhecimento social e acadêmico nacional e internacional; docentes ocupantes de vários cargos de gestão institucional; docentes representantes eleitos pela comunidade acadêmica para o Conselho Universitário e Conselho de Graduação e Educação Profissional da UTFPR; docentes representantes de associações científicas nacionais e internacionais, e docentes dirigentes sindicais”, diz o texto assinado por mais de 450 pessoas, entre docentes, técnicos e estudantes, e compartilhado em redes sociais.

Apoio

Diversas entidades manifestaram apoio aos professores, uma delas foi a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Sesduem-Seção Sindical do ANDES-SN), que escreveu uma carta de repúdio aos responsáveis pela perseguição. Outra entidade que se solidarizou com a situação dos professores da UTFPR foi a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que chamou a perseguição de criminalização das lutas pela educação. Um manifesto iniciado pela comunidade externa da UTFPR também foi criado na plataforma Petição Pública. O documento tem mais de mil assinaturas até o momento. O Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN também aprovou moção de repúdio, em sua última reunião.

Com informações e imagem de Sindutfpr-SSind.

Fonte: ANDES-SN


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