Ato contra a BNCC em Curitiba denuncia retrocessos na educação

17 de setembro de 2018

tamanho para site-3A chuva que atingiu Curitiba no fim da tarde da última sexta-feira (14) não foi mais forte que a disposição de luta pelo futuro da educação pública no país. O ato contra a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reuniu professores, alunos e representantes de movimentos sociais que manifestaram sua indignação com o projeto educacional que vem sendo implementado pelo Governo Federal. A manifestação foi convocada para o mesmo dia em que aconteceria a última audiência pública sobre a BNCC, em Brasília.

Debaixo de guarda-chuvas, o grupo levantou placas, bradou palavras de ordem e entregou adesivos e panfletos explicativos para a população no centro de Curitiba. Estudantes da UFPR compareceram em peso, principalmente de cursos diretamente ameaçados pela nova BNCC, como licenciaturas e pedagogia.

Para a discente do curso de História – Memória e Imagem Larissa Maíra Schultz, a alta adesão dos alunos se deu pela compreensão de que os desmontes em curso atualmente são uma consequência direta da Reforma do Ensino Médio, aprovada em 2016. Na ocasião, o movimento estudantil lutou incessantemente contra a medida, indo para as ruas e ocupando prédios da universidade e de milhares de escolas públicas em todo o país – mais de 900 somente no Paraná.

“Vemos que a flexibilização do currículo escolar é uma forma de transformar adolescentes em mão de obra barata para o mercado. O projeto é prejudicar os trabalhadores e filhos da classe trabalhadora”, afirmou Larissa.

Em decorrência do mau tempo, o ato seguiu para o hall de entrada do Prédio Histórico da UFPR. Lá, os participantes penduraram faixas e fizeram falas explicativas sobre o significado da BNCC e qual será seu impacto para o ensino médio e superior.

Da universidade para as ruas – em mais de um sentido

tamanho para site-2Assim que a chuva acalmou, o grupo saiu em caminhada pelo centro de Curitiba até a Boca Maldita, um dos pontos com maior concentração de pessoas na região. Ao longo do trajeto, participantes da manifestação pararam para entregar folhetos e conversar com as pessoas sobre os projetos de destruição da educação básica.

O trabalho de conscientização da população foi um dos principais objetivos da mobilização, e começou dias antes do ato em si, quando vários representantes de entidades comprometidas com a causa fizeram ações de panfletagem em escolas públicas. A estratégia garantiu a extensão do diálogo a pais e alunos, alguns dos quais também acabaram aderindo à luta.

Um dos estudantes secundaristas que atenderam ao chamado para o enfrentamento aos desmontes foi Guilherme Assunção, de 15 anos. O adolescente cursa o ensino médio no Colégio Estadual do Paraná.

“A BNCC claramente precariza o ensino. É importante quem já tem esse conhecimento estar aqui para lutar contra, e que os estudantes que ainda não sabem muito bem o que é venham também, para participarem da conversa, verem o que significa e tirarem suas conclusões”, explicou Guilherme.

Embora a Base Nacional Comum Curricular tenha sido o principal tema da mobilização, outros retrocessos relacionados a ela também foram lembrados e denunciados.

“A gente também está analisando a entrega do ensino médio para os institutos privados, defendendo a educação totalmente pública e presencial”, afirmou a docente da UFPR Monica Ribeiro da Silva, que também esteve no ato.

Para ver todas as imagens do ato clique AQUI.

Fonte: APUFPR-SSind

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